
Justiça mantém prisão de Claudinho Serra e trio em Sidrolândia; ex-vereador completa três meses detido
A Justiça de Sidrolândia decidiu manter a prisão preventiva do ex-vereador Claudinho Serra (PSDB), de seu ex-assessor Carmo Name Júnior, e do empresário Cleiton Nonato Corrêa, da GC Obras de Pavimentação. A medida, publicada no Diário de Justiça Eletrônico na última sexta-feira (29), reafirma a validade dos motivos que levaram à detenção do trio, ocorrida em 5 de junho, durante a deflagração da 4ª fase da Operação Tromper.
Claudinho Serra, que também atuou como ex-secretário de Fazenda de Sidrolândia, é apontado pelas investigações como o líder de uma organização criminosa dedicada ao desvio de recursos públicos. As acusações indicam que ele teria persistido em suas atividades ilícitas na prefeitura, mesmo após o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e o Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC) terem deflagrado três fases anteriores de combate à corrupção no município, e mesmo estando sob monitoramento por tornozeleira eletrônica desde maio do ano passado.
Fundamentação Judicial
A decisão judicial foi proferida pelo juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia. Em seu despacho, o magistrado fundamentou a manutenção da custódia cautelar:
“Ante o exposto, em cumprimento ao disposto no parágrafo único do artigo 316 do Código de Processo Penal, procedo à revisão da prisão preventiva e MANTENHO a custódia cautelar de Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, Carmo Name Júnior e Cleiton Nonato Correia, por persistirem os fundamentos que a motivaram.”
Alegações e Tentativas de Liberdade
Claudinho Serra, que figura como réu por crimes como organização criminosa, peculato e fraude em licitações no município de Sidrolândia, já havia recorrido a alegações de saúde para tentar reverter sua situação prisional. Ele afirmou sofrer de depressão e ansiedade. No ano passado, o ex-vereador esteve afastado de suas funções por um período de oito meses. Contudo, apesar de ter se ausentado de todas as sessões da Câmara Municipal de Campo Grande desde abril, ele foi mantido em seu cargo.
Em outro episódio que ganhou destaque, Claudinho Serra solicitou à Justiça a remoção de sua tornozeleira eletrônica, alegando que o equipamento estava causando feridas em sua perna. Adicionalmente, ele argumentou que o dispositivo gerava transtornos em seus deslocamentos entre a fazenda onde trabalhava, localizada em Anastácio, e sua residência, em Campo Grande. É importante ressaltar que os desvios investigados ocorreram durante a gestão de sua sogra, Vanda Camilo (PP), que não obteve sucesso na reeleição, sendo superada pelo político Rodrigo Basso (PL).
Desdobramentos da Operação Tromper
A 4ª fase da Operação Tromper resultou na denúncia de 14 investigados, que agora são réus pelos desvios milionários identificados na Prefeitura de Sidrolândia. A denúncia foi formalmente aceita pelo juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, que, no entanto, optou por manter o sigilo externo da ação penal.
Nesta etapa específica da investigação, o Ministério Público Estadual (MPE) concentrou seus esforços na apuração de crimes de lavagem de dinheiro e no recebimento de propinas. As investigações apontam que esses valores teriam sido recebidos por meio da esposa de Claudinho Serra, Marina Camillo, e de seu pai, Cláudio Serra, que, segundo os levantamentos, teria sido o destinatário dos pagamentos efetuados pelos empresários envolvidos no esquema.
Contexto adicional
A Operação Tromper, que investiga desvios de recursos públicos na Prefeitura de Sidrolândia, tem se desdobrado em diversas fases. A prisão de Claudinho Serra, Carmo Name Júnior e Cleiton Nonato Corrêa em 5 de junho marcou a 4ª fase da operação. Antes disso, o Gaeco e o GECOC já haviam deflagrado três fases de combate à corrupção no município, o que evidencia a persistência das investigações sobre irregularidades na gestão municipal. Os crimes investigados abrangem organização criminosa, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro, com foco em contratos e serviços públicos.
Publicar comentário