
Esquema de Fraude Bilionária Desviou Verba da Saúde no Nordeste
Recife, PE – Uma vasta operação da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã desta segunda-feira (25), desmantelou um esquema de fraude bilionária que desviou recursos destinados à saúde pública em hospitais de quatro estados do Nordeste: Pernambuco, Bahia, Ceará e Alagoas. A “Operação Hipócrates”, como foi batizada, cumpriu mandados de prisão preventiva, busca e apreensão em endereços ligados aos principais suspeitos, incluindo empresários, gestores públicos e intermediários.
Licitações Fraudulentas e Superaturamento
As investigações, que se estenderam por mais de um ano, revelaram um sofisticado sistema de fraudes em licitações, superfaturamento de contratos e desvio de verbas públicas. Segundo a PF, a organização criminosa atuava em conluio com empresas fantasmas e utilizava notas fiscais frias para justificar os pagamentos ilegais. O prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa R$ 2 bilhões.
“Identificamos um núcleo central composto por empresários que controlavam diversas empresas de fachada, utilizadas para participar das licitações e direcionar os contratos para o grupo. Além disso, contavam com a colaboração de agentes públicos que facilitavam a aprovação dos processos e o pagamento das faturas superfaturadas”, explicou o delegado responsável pela operação, em coletiva de imprensa realizada na sede da PF em Recife.
Impacto na Saúde e Lavagem de Dinheiro
O impacto da fraude na saúde pública é devastador. Hospitais que deveriam estar equipados com infraestrutura moderna e medicamentos de qualidade foram negligenciados, resultando em um atendimento precário à população. A falta de recursos contribuiu para o aumento da mortalidade infantil e a piora dos indicadores de saúde nos estados envolvidos.
Para ocultar a origem ilícita dos recursos, a organização criminosa utilizava empresas de fachada, contas bancárias no exterior e compra de imóveis de luxo. A PF rastreou movimentações financeiras suspeitas em diversos países, incluindo paraísos fiscais. A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens e contas bancárias dos investigados, visando o ressarcimento dos danos causados aos cofres públicos.
- Prisões: 15 prisões preventivas
- Buscas: 40 mandados de busca e apreensão
- Estados: Pernambuco, Bahia, Ceará, Alagoas
- Prejuízo Estimado: Mais de R$ 2 bilhões
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