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Microplástico: Rio Tietê Revela Contaminação Alarmante

SÃO PAULO – Uma pesquisa inédita revelou níveis alarmantes de microplásticos no Rio Tietê, em São Paulo. O estudo, conduzido por pesquisadores da USP e Unicamp, aponta para uma contaminação generalizada da água, com concentrações que superam em até dez vezes os limites considerados seguros por agências ambientais internacionais.

Origem e Impacto

Os microplásticos, fragmentos de plástico com menos de 5 milímetros, têm diversas origens, desde a decomposição de embalagens plásticas descartadas incorretamente até o escoamento de fibras sintéticas de roupas durante a lavagem. No Tietê, a principal fonte identificada é o descarte inadequado de resíduos sólidos nas áreas urbanas que margeiam o rio.

O impacto da contaminação por microplásticos é vasto. A fauna aquática ingere esses fragmentos, que podem se acumular em seus tecidos e afetar seu crescimento, reprodução e até mesmo levá-los à morte. Além disso, os microplásticos podem adsorver poluentes orgânicos persistentes (POPs) presentes na água, tornando-se vetores de contaminação para a cadeia alimentar, inclusive para os seres humanos que consomem peixes e outros animais aquáticos.

Riscos à Saúde Humana

A exposição humana a microplásticos, seja pela ingestão de água ou alimentos contaminados, ou pela inalação de partículas presentes no ar, ainda é um campo de estudo em desenvolvimento. No entanto, pesquisas preliminares sugerem que os microplásticos podem causar inflamação, danos celulares e até mesmo desequilíbrios hormonais. A presença de POPs adsorvidos nos microplásticos agrava ainda mais os riscos à saúde.

Medidas Urgentes

Os pesquisadores envolvidos no estudo enfatizam a necessidade urgente de medidas para mitigar a contaminação por microplásticos no Rio Tietê e em outros corpos d’água. Entre as ações prioritárias, destacam-se:

  • Ampliação e modernização das estações de tratamento de esgoto para remover microplásticos da água.
  • Implementação de programas de educação ambiental para conscientizar a população sobre os riscos do descarte inadequado de plásticos.
  • Incentivo à produção e consumo de materiais biodegradáveis e compostáveis.
  • Adoção de políticas de responsabilidade estendida do produtor, que responsabilizem as empresas pela gestão do ciclo de vida de seus produtos plásticos.

A crescente contaminação por microplásticos representa um desafio ambiental global que exige ações coordenadas em todos os níveis – governamental, empresarial e individual – para proteger a saúde humana e a biodiversidade.

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